09 maio 2014

Valorizando o Amor: Chegadas e Partidas

Até onde aguentamos ficar longe de quem amamos incondicionalmente?

Abrir mão de estar com quem se ama para poder realizar outros propósitos: sonhos, objetivos, família... Já parti e já retornei; já fui e já voltei; regressei com vontade de ficar... Por que as realizações estão normalmente interligadas a abstinência de outra?
Ao analisar minha vida, sempre estive entre escolhas, e ao optar por uma sempre ficava algo para trás. A vida é movida por opostos e contrastes, a gente perde para ganhar. O que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.
Quem nunca quis tanto que tal coisa acontecesse e se fechou para o que estava acontecendo a sua volta?Quem nunca valorizou tanto um bem, um emprego, uma vida e com o tempo enxergou que não era feliz?
O destino traz surpresas que nós nem desconfiamos, estamos tão ocupados trabalhando e convivendo muitas das vezes com pessoas que não gostamos, e continuamos nesse erro por medo: o receio move as ações humanas. E se eu me demitir desse emprego que eu não gosto, quem vai me sustentar? E se eu tentar outra coisa e não der certo? E se... E se... As pessoas, de um modo geral, são extremamente ansiosas e têm medo de abdicar para ganhar.
Estamos sempre em busca do sucesso, principalmente do financeiro e material, e acabamos deixando de lado o verdadeiro sucesso: o próprio! Por que não arriscar e ir em busca dos sonhos? Está na hora de partir, de conhecer o inesperado e de mudar para melhor! Qual é o seu sonho? Você já lutou para que ele realmente se realizasse?

Já vivenciei muitas chegadas e partidas em minha vida, seja por falecimento de um ente querido, por viagens, por rompimento de relacionamentos e mudanças de empregos; porém a partida que mais me fez chorar foi o afastamento de quem mais amo: minha família e meu amor.
Eu estava insatisfeita no Brasil, eu sentia que precisa de algo novo, de uma experiência única, de que eu precisar ver o outro lado do mundo, vivenciar novas culturas, provar novos sabores, ter fé em outra religião... Eu precisa morar em outro país. No início parecia ser um futuro bem distante, até que estava no aeroporto me despedindo dos meus pais, meu irmão, avós e tia. O choro é inevitável, estava indo para um lugar nunca visto, não era para turismo, era para morar durante 1 ano e além de tudo sozinha.
Ao ver as lágrimas de meus pais e a dúvida de se vou retornar ou não, fiquei totalmente dividida, estava indo para Índia me hospedar na casa de um brasileiro que conheci na internet até eu conseguir alugar meu apartamento, ele iria me buscar no aeroporto, mas e se não fosse? O que eu iria fazer? Eu estava preparada? O voo do Brasil para Índia dura 1 dia e meio, entre conexões e esperas nos aeroportos. Até a metade do caminho minha cabeça ainda estava no Brasil, até que no segundo voo eu já estava me concentrando na minha nova vida.
O meu amigo brasileiro até então virtual, estava no aeroporto a minha espera, o que me deixou mais aliviada. Fui super bem recebida, e meus dias em sua casa foram ótimos, e ele me ajudou em muitas situações no país. Após um mês fui morar no meu apartamento, que mal tinha móveis, aliás não tinha, mas não importava, eu estava lá realizando um sonho.
Para ser sincera não sentia falta do Brasil o tempo todo, eu estava mergulhando nas cores, nos temperos, na magia indiana... O que mais me fazia falta eram meus pais, tentando amenizar a saudade nos falávamos todos os dias via Skype. E eles sempre me perguntavam: "Você volta, né?"

E novamente vivi outra partida em minha vida: Está na hora de regressar ao meu país, o Brasil.
Ao desembarcar no Rio de Janeiro, estavam todos meus familiares a minha espera, e então cheguei.

" A saudade se resume em porta retratos, em lágrimas, em pensamentos do passado... 
A saudade consiste em tentar se lembrar, se esforçar para estar perto nem que seja através de uma foto, de um telefonema, de uma mensagem... A saudade é o sentimento que prova que o amor existe."

Caroline Moreira

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